sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Malthus revisitado

A população mundial continua a crescer, mas de uma forma desigual. Do lado dos países que vêm a sua taxa de natalidade a cair para valores abaixo dos 2,1 filhos por casal, que garante a substituição geracional, encontram-se não só o Ocidente como o Extremo Oriente; enquanto que África, Índia e o Médio Oriente continuam a ser os contribuintes líquidos para o aumento populacional.

De acordo com o "British Medical Journal" esta evolução diferenciada está correcta. Terão de ser os países mais desenvolvidos a abrandar o ritmo de crescimento demográfico, na medida que um bebé Português contribui incomensuravelmente mais para o aquecimento global do Planeta do que um bebé do Burkina Faso.

Trata-se assim de uma revisitação Malthusiana ao contrário, onde a moral do pensador britânico aconselhava os mais pobres a não procriar, enquanto que agora sob a égide do pensamento do crescimento sustentado se aconselha os mais ricos a serem mais moderados.

Seguramente que esta tese britânica esquece-se dos conflitos civilizacionais gerados pelas migrações e das pressões populacionais sobre a oferta dos bens alimentares e da água potável. Pelo sim pelo não, não será pior os países ocidentais começarem a aproximar-se dos míticos 2,1 filhos por casal, pois no Sul da Europa esses valores já se aproximam rapidamente do valor unitário.

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